domingo, 27 de abril de 2014

Última parada - Genebra

Saindo de Interlaken no dia seguinte fomos em Genebra, uma cidade na parte francesa da suiça e consideravelmente perto de Berna, a capital do país. Como Zurich, achei uma cidade tranquila e boa de andar sozinho e relaxar (mas não no mesmo nível de Zurich, confesso). O hostel também ficava super perto de tudo, pode-se encontrar o hostel por Geneva Hostel, mas nem de longe tinha a mesma classe dos hostels de Interlaken e Zurich, o edificio era bem antigo, elevador ainda naqueles estilos bem antigos abertos que as vezes não funcionava e as escadas eram meio sombrias, inicialmente tivemos uma sensação meio estranha devido aos traumas de Paris, até porque o moço da recepção era super chato e os quartos ficavam abertos. Basicamente cada andar era protegido por uma porta com senha e uma vez entrando ai os quartos eram abertos, mas sobretudo era um hostel legal, normal, só não tão top quanto os outros dois.
A cidade em si não tem tanta coisa e eu sinceramente achei interlaken mais aconchegante, inicialmente até pensamos em passar um dia a mais lá e ir para Genebra no dia seguinte, até hoje penso que deveria ter feito esse trajeto.
Mas bem, como disse Genebra é uma cidade para andar e relaxar, a cidade conta com um trajeto pelo rio com parque, pessoas fazendo cooper, um farol e um trecho de pedras muito bonito, amantes de fotografia e iniciantes (como eu) vão adorar passar um tempo nesta paisagem tentando tirar fotos de vários pontos.

Ai é meio como uma 'praia' de pedrinhas no lugar de areia e tem cisnes andando na água, onde as crianças sempre estão lá tentando jogar pedras no mar e fazer ela quicar.

Todos os passeios acabavam assim como Zurich, nesta paisagem vendo o por do sol, mas os dias estavam bem mais nublados também então não posso comparar a beleza do por do sol das duas cidades. Do lado oposto do farol ficam vários pontos turisticos, museus e a famosa Jet d'Eau, um chafariz no meio do rio que da um charme especial a paisagem. Ou ao menos é o que dizem porque infelizmente na época não estava funcionando :( Passa-se um bom tempo aí mas uma recomendação em especial é ir ai durante a semana, Genebra toda na real, li antes de vir para cá que a cidade é bem fantasma nos fins de semana e não é por menos, todas as coisas fecham sábado e domingo incluindo mercado! Então, a menos que você queira ficar pagando 13 CHF (moeda suiça) em Mc Donnalds recomendo passar no mercado e fazer sua feirinha na sexta, além de ir durante a semana nessa parte da cidade com igrejas, catedrais e museus para valer um pouco de turismo ;) Aliás falando de preços, ainda que seja cara (pelo Mc Donalds da para ter uma noção, nas outras cidades gastava-se bem menos ai, chegando até a 2 euros na Alemanha), ela não é tão cara quanto as outras cidades, não encontrei restaurantes em Zurich baratos, Interlaken também não, ao menos nas proximidades do hostel e no centro (embora as lojas estivessem boas de comprar, era época de promoção e os preços estavam bem bons para várias coisas), em Genebra entretanto no primeiro ponto que parei na saída do metro principal tinha um restaurante frances com comida boa e pratos do dia que saiam mais em conta do que o Mc. Dentro do metro inclusive (que é meio como um shopping), tem churros e crepe salgado e doce (nutela yay) e, se não me engano coxinha também.
Nossos dias então foram um fim de tarde passeando pelos arredores do farol (chegamos a tarde já), onde também era possível andar de barco(não tão top quanto o de Interlaken) de graça com eurail, mas não chegamos a nos aventurarmos mais uma vez assim. O dia seguinte foi explorando os arredores dos museus que falei acima, que gasta tranquilamente boa parte do dia e que pode ser emendado mais uma vez com a ida ao farol.
No último dia por fim era dia de ir na ONU que tem uma base em Genebra e vale muito a pena o passeio, dá para pegar um ônibus na estação de trem que passa de frente a ONU e dá para reconhecer facilmente pois logo de frente tem uma cadeira enorme quebrada (broken chair)

A cadeira é a entrada do Nations Unies United Nations, mas a nossa entrada pela ONU é um quarteirão atrás disso.
Em frente a ONU mesmo fica o museu da cruz vermelha que infelizmente já estava fechado quando fui lá, mas é enorme e deve valer a pena a visita.

A ONU também estava fechada quando fui -.- fecha as 16 horas se não estou enganada e o processo para entrar é enorme, tem altas passagens de segurança para entrar lá dentro e ao que parece o prédio é enorme, gastando uma boa parte do dia lá, mas vale uma boa entrada histórica.
Retornamos, nosso voo era no dia seguinte pela manhã e para prevenir iamos pegar o primeiro trem para o aeroporto, que é super fácil de ir, assim como o de Berlim, pega-se um trem da estação principal e ele te deixa dentro do aeroporto. Os trens lá são super pontuais e super cheios, perdemos o primeiro trem por questão de segundos em uma escada rolante cheia de gente, mas os trens passam até rápido e deu para chegar no aeroporto bem antes. Para quem viaja pela manhã recomendo comer antes de sair de casa, boa parte dos restaurantes estavam fechados e a praça de alimentação digamos assim não tem também tantas opções, mas tem lojinha aberta com mais e mais chocolates como despedida dos famosos chocolates suíços e a parte de compras que tem em todos os aeroportos. Voltei de Aer Lingus e foi super tranquilo, confesso que deu alegria em entrar em um avião e ouvir 'cheers' e aquele sotaque irlandês que não escutava há 1 mês (cheers aqui e no UK é uma palavra muito usada como 'thanks').
Viagem finalizada e nada melhor que voltar para casa e deitar na cama para um bom descanso, viajar é bom mas alguns dias de descanso longe de hostels, no seu banheiro são coisas maravilhosas de se fazer, confesso.
Para finalizar a viagem de inverno posso dizer que Suíça é um país que não me arrependerei de ter ido nunca, ouvi de várias pessoas antes de vir como era caro andar por lá (e realmente é, a começar pelas passagens), mas foi um dos melhores trechos de toda a minha viagem e não apenas por relógio rolex e chocolates e sim por uma parte da Suíça que ninguém fala, é uma experiência diferente de todo o resto da Europa, as cidades são lindas e cativantes, as pessoas na suiça são muito gentis também, Zurich em especial passei por muitas pessoas que assim como Irlanda, passavam e sorriam para mim, percebiam alguma dificuldade e ajudavam a gente, essas são coisas que andava sentindo falta andando tanto por ai mas também me fez reconhecer como a Irlanda é querida. Eu diria que Suiça é um equilíbrio perfeito entre riqueza (tenho que admitir que é um país 'fino' de fato), mas principalmente de paz de espírito coisa que eu ao menos considero bem mais do que o outro fator mas as duas coisas em conjunto não deixam de ser boas, principalmente em fim de viagem.  
Sendo um dos meus lugares favoritos da Europa para inverno (mas recomendo Zurich para o verão), não deixarei de dizer também que Alemanha e Austria são dois destinos maravilhosos, Londres para ano novo é uma das coisas mais lindas que existem e Paris, mais uma vez, foi o destino menos querido mas que vale a visita, a cidade é realmente bonita mas cuidado sempre.
E para os que perguntam de gordice, como não falar em chocolate e queijo Suíço? Chocolates aqui são realmente mais baratos isso é um fato, não só chocolate como derivados, biscoitos de uma qualidade incrível e misturas de chocolate maravilhosas. Também não é beem barato, mas a diferença para o Brasil é absurda e um pouco mais barato que comprar em outras partes da Europa, além de ter de fato todas as opções possíveis. Quando voltei ainda comprei chocolates Lindt, mas não tem a mesma variedade e não tem Frey (uma marca suíça incrível). Em Interlaken o breakfast era maravilhoso e também nos dava a chance de ter um café da manhã dos deuses: suco/chá, um pão muito gostoso e diferente, fresco, geleias maravilhosas e o famoso 'queijo de buraquinhos' e ele é de fato muito bom! Mas é forte então fatias finas sempre, esse hostel inclusive foi uma gordice sem limites, além disso o breakfast incluia salame italiano e bacon em fatias finas, tudo em um grau de refinamento que só a Suíça possui. :)  

Dream's land - Interlaken

2 dias, 48 horas que se passaram como um marco tão grande na história das viagens de inverno quanto os 11 minutos de fogos de artifício de Londres. Essa foi Interlaken, uma cidade pequena e super charmosa e marcada como melhor ponto para ir para as montanhas dos alpes.
Agora porque foi um marco? Bem, encaramos o desafio de viajar no inverno, algo que não recomendam pelo frio, indisposição para turismo, blábláblá, porém, a vantagem de viajar no frio é a linda paisagem de neve e o sonho de ver a própria caindo da sua cabeça. É, fomos em busca disso depois de anos vendo em dezembro e janeiro fotos de neve na Alemanha, em Paris, em muitos lugares. Mas cade? Estávamos no fim da viagem e nada, a primeira cidade suiça estava fazendo um calor que não sinto desde Setembro e olhe lá, então é, nada mais justo que ir ver a tal da neve nos alpes como bom encerrando.
Então fomos de trem, passamos por Berna e um pouco depois vinha o trecho das montanhas lindas e cobertas de neve, realmente uma bela paisagem antes mesmo de chegar na cidade. Chegando lá a cidade já é fofa e aconchegante a seu próprio modo, com os alpes no fundo, lagos, trens passando e uma arquitetura bem aconchegante de cidade pequena.

Porém, como cidade suiça, pequena não quer dizer necessariamente simples, chegamos no hostel que era super perto da estação principal (tudo é perto na real), o nome é AlpLodge e é um dos hostels que mais recomendo de todos da viagem. Era um hostel fino gente, as paredes tinham papel de parede meio no estilo antigo na recepção, que também tinha piano, um mini bar, uma TV que passava a imagem dos alpes naquele  momento, tinha lavanderia, banheiros limpos, elevador, tudo e também tudo muito organizado. Vinha com breakfast e a cozinha também tinha espaço para cozinhar, além de ser linda inclusive, era um espaço amplo com sofás para ficar lá e tinha uma varanda com a vista da cidade que passava o lago bem do lado, exatamente assim:

Lindo e encantador só de apenas ficar no hostel. Mas, como o tempo era pouco, não aproveitamos muito lá e corremos para um passeio de barco (nada mais justo em uma cidade 'entre lagos'). Achamos um ferry que tinha super cara de chiquérrimo e pensamos que iamos ficar sem o passeio pois se tudo na suiça era caro um passeio em um boat do nível então era uma facada grande, maas, para nossa surpresa, eles aceitavam o eurail, um passe que compramos que permitia usar onibus, trem e boats (quando possível) por um determinado número de dias. No meu caso eram 5 dias, 3 cidades e nesses 5 dias eu poderia viajar por esses meios o quanto quisesse das 8 da manhã até as 8 da noite e só contaria com um único dia. Para viagens em alta estação é um desconto bom, paguei uns 160 euros quando só para ir de Zurich para Interlaken já me custaria uns 60 euros, quando na real eu usei esse passe desde a Áustria então daria bem mais caro pagar cada ticket de trem por fora. Para quem quiser saber mais sobre clique aqui, as vezes vale a pena ;)
Então o que aconteceu é que como tinhamos chegado nesse dia pela manhã não precisariamos pagar nada para essa pequena viagem no lago, caso contrário nos custaria bastante (não lembro exatamente quanto era), a passagem pelo rio foi super relaxante e fomos no deck, do lado da bandeira suiça.

A viagem durou uns 40 minutos acho, mas também pegamos o último ferry, o que nos deixou em uma situação meio tensa quanto a volta que não sabiamos exatamente onde parar para voltar, fomos apenas na louca atrás de andar de barco hihihi Assim, paramos em uma cidadezinha próxima que no fim de tarde estava mais que deserta e mal encontrávamos pessoas direito, ficamos totalmente perdidos e com fome, o resultado disso foi um peixinho fresco vindo do lago e comendo de frente para ele.

Saimos de lá anoitecendo e subimos onde viamos trilhos, mas ai vinha outro problema, o trem só nos levava na direção oposta de interlaken,a estação estava fechada e não sabíamos direito o que teria no outro ponto que parariamos. Lembrei que tinha visto uma parada de ônibus próxima do restaurante então voltamos ao mesmo ponto inicial onde tinha um ônibus na próxima meia hora que iria para uma cidade maior com uma estação que teria volta para interlaken (amem). Paramos lá e o próximo trem passou rapidinho, voltamos para Interlaken aliviados e aprendemos a lição de sempre andar com um mapinha e saber direito os horários de trens e ônibus (também era o último trem para interlaken), principalmente porque no inverno as coisas fecham muito cedo e as cidades ficam muito vazias.
Dormimos e no dia seguinte era o dia de ir para os Alpes, na recepção tinha vários panfletos e o moço era super gentil, nos informou todos os possíveis trajetos para os lugares. Nos panfletos a grande atração era jungfraujoch, o pico mais alto de todos com 3.471m, esculturas de gelo dentro, neve, muita neve, porém, sem skii, sem tirolesa sem nenhuma atividade devido ao perigo de uma altura tao alta. Pensamos claro em ir lá e sentir 'no topo do mundo' ou ao menos topo da europa (o lugar é conhecido como top of europe), porém o passeio custaria quase 200 euros (teriamos desconto mais uma vez por conta do eurail, mas nem era muito) e o dia tinha amanhecido totalmente nublado, ou seja, não ia dar para ver nada do topo. Como não valia a pena pagar tanto por uma vista totalmente nublada, optamos pelos outros locais que estavam com uma vista normal e bonita, então fomos para grindewald, um vilarejo próximo de Interlaken que as pessoas vão muito para esquiar, o passeio seria bem mais em conta e iriamos até quase 2000m, pegamos um trem até o vilarejo e depois um transfer para pegar o bondinho para os alpes, esse era fechado mas tinha a opção de deixar aberto para aqueles que iam com prancha de skii, nós claro pelo medo de uma altura assim fomos no fechado, não estava fazendo muito frio porém, quando chegamos no vilarejo estava tudo coberto de neve e como crianças felizes o que fizemos? Paramos lá e fizemos uma baita luta de neve, caimos no chão (mentira, eu me jogava mesmo), e o resultado disso são anjinhos molhados e mortos na neve.

Subimos até o ponto chamado 'first' (é o primeiro pico das montanhas) e no caminho viamos as pessoas descendo e esquiando, fascinados por aquela paisagem de neve que parecia coisa de filme, porém, como todos estavam para lá de molhados sabíamos que quando chegássemos no topo seria uma vista de uns 10 minutos e retorno para casa. Dito e feito, chegamos e estava uma ventania enorme, sendo sincera não senti tanto frio, estava esperando algo muito ruim vindo de um topo, mas o medo era maior do que qualquer outra coisa gente, de fato, a melhor experiência que se pode ter no inverno e super recomendo que faça isso. Pode não ser o topo da europa mas a sensação que se sente é de se estar de fato no topo, zerado na vida, uma sensação fantástica em todos os sentidos, mas também um medo gigante ao menos para mim. Todos ainda foram mais para lá mas eu juro como quando ia andando e chegava perto dos pinheiros e via pessoas esquiando lá embaixo, já me via rolando pela montanha e não conseguia andar mais. Claro que isso era bem difícil de acontecer, a neve lá de cima não é daquelas de gelo escorregadio de forma que é difícil cair, nós pulamos lá e tudo parecia firme, mas não dá para contar com isso quando seus olhos veem o mundo lá de baixo. Para comprovar isso, eis a foto que tirei o mais perto que pude da ponta, na posição mais descontraída possível e o sorriso super relaxante também (só que ao contrário).
 Molenga, eu sei, mas era um pânico enorme e para minha sorte, um dos meus amigos estava realmente morrendo de frio e pediu para sair correndo e descer para casa que tava todo molhado.
Saimos de lá maravilhados total, a neve não caiu das nossas cabeças mas a experiência de se sentir no topo não há igual, não por ostentação ou algo do gênero, mas simplesmente pelo fato de estar em um lugar que nunca esperou estar e de tal altura que da a sensação de ter o mundo ali, bem na palma da sua mão. Depois que subi ai não só entendi porque tantas pessoas amam subir as montanhas mais altas como Everest  como quis fazer também e tentei (não para o Everest evidentemente que a coragem ainda falta), mas isso é papo para outras histórias :)

quinta-feira, 17 de abril de 2014

A paz de Zurich

Chegamos em Zurich no dia seguinte com o sol amanhecendo, para os leigos (incluindo eu há meses atrás), Zurich é uma cidade no nordeste da Suiça, na parte alemã do país e é a maior e mais populosa cidade. Mas cuidado, não pense logo que ela é enorme e lotada de gente, tipo uma São Paulo da vida. De fato uma boa parte da cidade pode ser feita a pé inclusive ou como falarei daqui a pouco, de bike.
Mais uma vez dei sorte, o hostel ficava bem no centro e não era um loft (yay!), há poucos minutos da estação em uma rua perpendicular ao rio ficava o hostel Biber (sim, Biber) e era bem organizadinho, não tem elevador mas o moço da recepção era super tranquilo, tinha wifi na sala que também tinha sofá, computadores, máquina de café e uns joguinhos, bem aconchegando eu diria. Mas a diferença desse hostel era que cada andar tinha um banheiro e uma cozinha. O banheiro era organizadinho com algo que chamarei aqui de 'cabine' individual, em que cada cabine quando fechada tinha o box com o chuveiro mas também um espacinho do lado que dava para colocar as coisas e trocar de roupa tranquilo.  A cozinha era como se sentir em casa, tinha armário e geladeira, fogão, microondas, panelas e pratos, então dava para tranquilamente comprar as coisas e comer lá e, como era muito perto de tudo, não tinha problema voltar comer e depois continuar o passeio. Os quartos também eram legais, fechamos um quarto só para nós, as camas eram confortáveis, os cobertores também, cada lado de cama tinha tomada, no quarto também tinha armário para guardar as coisas (mas novamente apenas coisas de valor, as malas se quisesse teria que descer e deixar na recepção) e também tinha espelho e uma pia no quarto.
Esse foi um dos hostels que mais gostei particularmente e recomendo, até porque é um dos 'menos caros' de Zurich, porque sim, quando falam que Suiça é um dos destinos mais caros, não é brincadeira, realmente é. Foram 90CHF (francos suiços) para 3 dias em Zurich e comer fora realmente é caro, mas claro, como tinhamos uma cozinha nada melhor que ir no mercado e comprar as coisas para comer.
Agora falando da cidade, quem pensa que Suiça é um mau negócio no inverno, que vai congelar de frio e não vai querer sair de casa, estou aqui para dizer que foi o destino mais quente da viagem inteira! Minha gente, tava fazendo nada mais nada menos que 14 graus em um dia altamente ensolarado e sem vento nenhum, isso para Europa é praticamente um verão! Sai animadamente com uma blusa de manga e levei o casaco por precaução apenas, o hostel era realmente pertinho de forma que saindo dele já nos deparávamos de cara com o lago e a vista dele
 Os arredores do lago são a coisa mais linda e apaixonante da vida, sinceramente eu não tinha ideia que seria tão lindo até passar por essa esquina da foto acima. Do lado também tinha umas mesinhas que achei a coisa mais fofa do mundo.
E seguindo, veio a primeira coisa que de fato tinha esquecido daqui: as águas da cidade são extremamente limpas, existem se não estou enganada mais de 2000 fontes espalhadas pela cidade, algumas com estátuas em cima, outras mais como torneiras, existem fontes dos mais variados tipos. Olhei a primeira vez e apenas achei bonito, demorei a me lembrar que tinha visto que de fato dá para tomar e ser potável, até que em uma das fontes tinha algo que me fez lembrar e desde então estavamos todos andando com garrafinhas e não só era legal não pagar por água de qualidade como também queira ou não era super gostoso pegar água da fonte. Eis uma das fontes.
Mas quem disse que só a água nas fontes é limpa? Atravessamos a rua e vimos o rio, a água é transparente total, nunca vi um rio tão limpo, e tinha cisne nela (ou outra ave parecida).
O passeio por esse lago e toda a paisagem que não tem nada demais mas que de alguma forma é super relaxante já te toma uma boa parte do dia, passa por catedrais, diques, igrejas, bastante coisa. Indo até o fim tem um dique final que fica de frente para uma paisagem dos alpes, além do dique também tem cadeirinhas e bancos para quem gosta de admirar a paisagem. Parar lá e ver o pôr do sol é uma paz de espirito sem tamanho, impossível de se descrever mas que pode ser sempre representada por fotos (ou tentar)
 Nessa caminhada de paz acreditem ou não mas se foi um dia inteiro! Quando parei para prestar atenção já era a noite e quem disse que queria sair de lá? Todos foram embora, foram no mercado e eu continuei  lá parada hiptotizada até umas 8horas, quando criei vergonha (le-se a fome bateu) e voltei para casa me sentindo outra pessoa, leve como nunca na vida.
O caminho a noite também é algo lindo de se fazer, particularmente no inicio, a iluminação da cidade também tem um charme.




Jantamos e ficamos pelo hostel mesmo para descansar, no dia seguinte fomos na universidade, que tem vários blocos e a central dela, onde fica os restaurantes, é em uma parte superior da cidade, ou seja, vista magnifica! Eu morreria se estudasse em um lugar que pudesse ter uma vista dessa gente, sério, os estudantes todos ficam do lado de fora da universidade sentados em vários lugares tomando sol e conversando, é uma coisa maravilhosa. A foto de baixo mostra a universidade
E ai você vai descendo e vendo os outros prédios e mais elementos da paisagem, esse é um dos prédios da universidade na descida.
E ai nós descemos e fomos fazer o que? Fomos no lago novamente, claro! Lá fomos andando até o lago felizes nesse dia gostoso e ensolarado, mas dessa vez pegamos um caminho diferente no final que dava em um parque por onde se passava pela ópera, prefeitura e outros prédios assim até um jardim chinês que era o ponto alto do parque mas que ops, não funciona em dezembro então apenas ficamos do lado de fora dele, mas foi interessante que logo depois do parque acaba em outro deque e uma região maior que também fica muito boa para papear por um tempinho.
No dia seguinte era o nosso último dia antes de seguir viagem e como a temperatura estava boa, decidimos pegar bicicleta! Isso é um ponto legal, perto da estação principal é possível alugar bicicleta o dia todo (até umas 11 da noite) e DE GRAÇA. É apenas ir lá deixar um documento de identificação e fazer um depósito que no fim do dia recebe de volta. Aproveitamos e andamos pelo lado oposto da cidade que também é rodeado pelo lago, a paisagem é semelhante e tem alguns pontos que valem dar uma parada. Demos a volta e fomos para o point de sempre mas novamente pegando outro caminho, que era basicamente outro parque legal. Entregamos as bicicletas a noite e seguimos rumo para Interlaken. 3 dias em Zurich é perfeito, não é uma cidade para ver as coisas correndo e sim aquela para você parar e respirar tudo aquilo ali, mas também não tem tantos pontos turisticos então mais que isso se a sua intenção é turismo básico não precisa, mas se claro se apaixonar como eu e que quiser passar uns bons dias lá, recomendo!

Vienna: a primeira parada de 2014

No dia seguinte estavamos mortos, a volta para casa depois dos fogos é caótica, muita gente na rua, bêbados (mas não fazem nada com você), cidade suja como nunca vi na vida e muitas pessoas felizes no metrô. O mais impressionante? No dia seguinte ninguém diria que Londres estava desse jeito, no amanhecer já estava tudo limpo novamente como se nada tivesse acontecido!
Peguei o metrô para o aeroporto de volta com destino a Áustria, estava ansiosíssima que conheci uma austríaca super fofa quando fui para o Rock In Rio e agora era hora de vê-la novamente. A passagem para o avião foi super tranquila, passamos por uma imigração de leve e o voo é super rápido também. A Ryanair não tem pouso em Vienna (capital da austria) partindo de Londres, então paramos em Linz para em seguida ir para Vienna de ônibus que comprei antecipadamente pela internet, recomendo fazer isso inclusive nesses casos que é época de feriado, as passagens podem subir muito o preço. O aeroporto de Linz é pequenino e é tudo em alemão, mas é fácil perguntar no guichê de informação que ônibus pegar para Vienna, o ônibus chega rápido, muitas pessoas pegam ele e rapidinho você chega lá.
Gente, tenho que dizer, me apaixonei pela capital da Áustria, o meu hostel ficava bem no centro da cidade mas não recomendo. Não era exatamente um hostel, era um loft praticamente, entrávamos e tinham camas em cada canto do loft cada uma com etiqueta para pessoas diferentes, não tinha parede ou lugar para guardar as coisas. Não foi uma experiência muito traumatizante como a de Paris, para ser sincera na Europa em todos os lugares que visitei é costume o pessoal deixar as malas do lado das camas de forma que mesmo quando tem armário eu raramente colocava, só coisas pessoais tipo câmera, tablet,etc que nesse caso era só deixar na recepção que ficava um quarteirão antes do loft mais ou menos. Então era um lugar ok, só não era o melhor lugar que paramos e era realmente de cara com o centro então foi super de boa. Para quem quiser saber mais o hostel é o Labyrinth (é realmente um labirinto para encontrar de primeira vez inclusive).
Chegamos já a noite então apenas demos um rolé pela cidade e jantamos, achei o centro particularmente bonito, tem um toque sofisticado com várias lojas e vitrines bonitas e umas ruas meio estreitas charmosas, tornando o lugar muito agradável.
No dia seguinte fomos em alguns museus ao redor, o mumok, leopold, todos na mesma região chamada museumquartier. Eles são meio que conectados entre si, um está do lado do outro e as vezes tinha algumas 'entradas' bonitas, eu particularmente adorei o da foto abaixo.

Depois dos museus fomos no aquário onde vem a primeira surpresa: Vienna é uma cidade meio cara (ao menos eu achei), ao que diz respeito a atrações gratuitas e pagas. O aquário custou 15 euros como estudante se não estou enganada quando na real nesse preço da para ir para museus muito importantes e históricos de outras cidades, como os de Berlim. Mas bem, lá fomos nós no aquário, é legal e diria que meio caro pelo preço, se não fosse pela vista do último andar, onde é possível ver parte da cidade lá de cima. Fora isso tem nemos, dollys, sapos, formigas, cobras (muitas cobras), tubarões e peixes claro, mas não é nada tão fabuloso com aquários gigantes e tudo o mais. Uma outra parte legal também é a parte das tartarugas, que tem uma mini floresta dentro bem legal.

O aquário gasta bastante tempo e já era fim de dia (lembrando que inverno anoitece cedo), saimos de lá e fomos para a casa do Mozart que fica em uma região que tem várias lojas, cafés, restaurantes, shoppings e a catedral. Ficamos um tempinho por lá mas voltamos cedo que no dia seguinte era o dia de conhecer as principais atrações de Vienna: o palácio Schonbrunn e tudo que tem ao redor dele, também seria o dia que finalmente ia ver minha amiga austriaca (yay).
O palácio fica do outro lado da cidade mas é fácil e rápido de chegar de metrô, metrôs inclusive são como em Berlin, não tem catraca, você depende que um fiscal apareça lá na hora e te cobre o ticket. A região do palácio é imensa e tem várias atrações, mas novamente, todas são pagas para entrar e é ai que se entende o que disse de ser caro visitar, se você quiser de fato entrar em tudo, isso vai te custar aproximadamente 50 euros! Onde tudo seria uma visita ao palácio, o zoológico e estufa. O zoológico Tiegarten é o mais antigo do mundo e tem um urso panda, já foi o suficiente para pagarmos ai 16.50 euros nele, entramos e tem váárias coisas dentro, gasta-se um bom tempo lá dentro para ver todos os pontos, mas também é fácil de ir sem tantas filas (ao menos quando fui), o panda é lindão também e fica lá que nem nos filmes, deitado comendo o bambu dele como se não houvesse amanhã.


Eles também são bem realistas com vários ambientes, onde tem caprinos é meio como fazenda mesmo, você tem a impressão que está em uma.
Além de muitos outros lugares como onde estavam os roedores, hora e meia tinhamos uns mini túneis(?) para andar neles. Bem legal cada lugar e no fim também tinha uma casinha com coisas da região, que nem no Brasil onde tem lugares que faz queijo e leite, aí tinham pessoas vendendo coisas típicas de lá e você podia dar uma parada e descansar, era o fim do zoológico também.
Saindo do Tiegarten tem um caminho super arborizado e gostoso de andar, com várias pessoas fazendo cooper, seguindo a trilha até o fim em uns 10 minutos no máximo da de cara com o palácio. Gente, é LINDO! Tem o jardim por fora para dar uns bons passeios, mas que como era inverno estava quase sem nada, mas ainda assim, bonito.
E o palácio que não cheguei a entrar mas que é enorme.

Infelizmente estava um dia TERRÍVEL, no dia anterior tava tudo lindo e ensolarado, mas nesse dia gente, tava super nublado e feio, então minhas fotos não ficaram muito legais, o maior exemplo de todos foi a decepção pela estufa. Um dos lugares que achei particularmente mais bonitos, localizados logo na entrada mas que é, então, cenário de terror.

Esse é o mal de viajar no inverno, o tempo é imprevisível e muitas vezes não dá para registrar exatamente o que estamos vendo, ainda que não esteja exatamente fazendo frio e os lugares continuem lindos. Um belo exemplo foi a última parada do local e particularmente a que achei mais bonita, é an subida do palácio e é uma subida meio longa inclusive, cansa um pouco, mas lá de cima é lindo. É o Gloriette, localizado nos jardins do palácio e particularmente, na minha opinião, mais bonito por fora que o próprio. Particularmente fora do inverno imagino porque assim como do aquário, é um ponto que la'de cima tem-se uma vista muito bonita.

Saimos de lá já anoitecendo, era hora da minha amiga retornar mas antes, claro, paramos para fazer um lanchinho e comer um hot dog! Estes aqui na Europa são um pouco diferentes mas tenho que dizer que são muito saborosos! É basicamente um meio termo entre salsicha e liguiça dentro do pão que já tinha comido na Alemanha e eram maravilhosas, mas os hot dog austríacos também não ficam atrás, particularmente pelo seu tamanho!

Sim, tinha mais dentro do pão! Era enorme gente e com muita mostarda super forte que nem as alemãs, uma delícia! Sai de lá querendo mais haha Voltamos novamente para descansar que no dia seguinte era o último dia de Vienna (tristemente) e iamos para outra parte da cidade, aonde está a St. Charle's Church e o Belvedere Palace, um outro palácio enorme e lindo.
Assim, no dia seguinte lá fomos nós, saimos cedo que era dia de fazer check-in do hostel e como iriamos pegar o trem apenas lá para as 7 da noite, tinhamos tempo para vagar tranquilamente pela cidade, então fomos um pouco mais longe lá na karlzplatz (sim, parecido com a Alemanha).
No caminho passamos pela dita St. Charle's Church e outros pontos maravilhosos, mas nada tão maravilhoso quanto o Belvedere, foi um dos lugares mais bonitos que já visitei inclusive. O lugar tem aquele toque clássico e charmoso, tudo em tons de branco, estátuas, cara tocando violino no jardim, tudo muito lindo. Pela entrada na real você não diz nada por ele.
Mas ai você entra no jardim e ve essas estátuas fofas
E ai pergunta-se: o que é aquela construção lá no fim? Ah sim, esse é o palácio!
Enorme e com estátuas também por todos os lados, não só por essa foto, do lado tem também uma escada que você sobe e da de cara com outro jardim, o jardim do próprio palácio digamos assim que também é por onde entra lá dentro.(E que é proibido tirar foto, tristemente).

A vista do lado oposto também era bonitona e sinceramente, gastaria altas horas facilmente apenas nesse jardim, ele é fascinante, apaixonante, todos os -ante da vida que existirem, foi um encerramento de Vienna que não podia ser melhor.

Incrivelmente saimos de lá já no fim da tarde (não sei como as horas passaram tão rápido!) e era hora de passar para o próximo destino. Fiquei 3 dias em Vienna e fomos bem tranquilos para os lugares, sem pressa, se fossemos um pouco mais disciplinados daria para ver muito mais coisas, então eu diria que três dias em Vienna é o suficiente para conhecer, mas ao menos para mim me deu um gosto de "quero mais" muito grande, mas particularmente recomendaria passar uns dias em Salzburg, também super aconchegante e por pouco não passei lá (breve arrependimento). Gostinho que devo dizer continuou até o fim da viagem, porque se querem saber, na minha opinião de todos esses lugares fabulosos, não foi Paris ou Londres que me hipnotizaram e sim Alemanha e seus países vizinhos, o que acabou me deixando a cada mais apaixonada ainda pelo alemão e me levou a decidir aprender a língua inclusive. Berlim (e Alemanha em geral) tem um lugar no meu coração especial por toda a história sofrida que passa despercebida de tão fascinante que é hoje, nem parece que tiveram um marco da história como o nazismo. A Áustria já tem um toque mais refinado, clássico, coisa de filme e muito aconchegante, nada mais relaxante do que andar pelas ruas de Vienna, exceto o que viria a ser o próximo destino de origem alemã: Zurich, na Suiça.