terça-feira, 30 de setembro de 2014

O Choque da Volta

Não é a toa quando dizem o quanto que se cresce em um ano fora, "não é um ano, é uma vida!" como ouvi muitos falarem. É uma diferença de perspectiva enorme e que [in]felizmente reflete e muito no retorno de cada pessoa para "casa".
  Chegar na minha cidade novamente é como chegar pela primeira vez, você vira um verdadeiro turista. 
Na noite que cheguei percebi o ar abafado e nada limpo que João Pessoa tem e que sinceramente nunca percebi, a poluição é visível e olhe que nem é uma cidade lá tão grande! As expressões das pessoas são diferentes, elas não te tratam mais tanto com gentileza sem te conhecer embora devo dizer que a famosa frase "gentileza gera gentileza" é nada mais que verdade e caiba muito bem aqui. Porque? Porque percebi que de tantos sorrisos dados para tantas pessoas estranhas a porcentagem de vezes que me trataram mais gentilmente foi muito maior do que antigamente (mesmo claro tendo aqueles casos de grosseria absoluta). Tem os ônibus lotados e a insegurança permanente também, várias tentativas de ter meus costumes da UL novamente aqui e que é muito pior aqui e nada relaxante! Dia desses mesmo fui correr e voltei morta com o sol e não podia correr tranquila sem olhar aos arredores para checar se tinham pessoas estranhas me seguindo, enfim, todas as coisas que todo mundo diz sobre o Brasil e o choque de realidade do retorno!
  É triste? Sim, é bastante triste. Dá vontade de voltar? Muita vontade de voltar. O ritmo de aulas é muito diferente, tenho dificuldade de foco constante nas aulas e já se passaram duas semanas nisso, sinto saudades dos dias simples de sair com o tripé e a câmera na mão fotografando, sinto saudades de muitas coisas... Mas ao menos na minha cabeça foi um ciclo que terminou e agora nada mais a fazer do que lembrar e ver minhas fotos com muita saudade. Se você voltou e está passando pela mesma situação aconselho pensar assim para não ficar muito no passado e como disse, lembrar que é turista novamente na sua cidade! Passar um ano fora te abre muitos horizontes, muitos lugares que foram vistos e uma ânsia por viagem nunca existente. Aqui, mesmo estando altos dias doente sofrendo com a poeira cidade, ou andar olhando para os lados, é inegável como passei a prestar mais atenção em cada ponto da minha cidade... Alguns muito feios, não há como fugir, mas outras coisas simples mas muito bonitas... A arquitetura de alguns monumentos, a lagoa enorme que tem aqui no centro da cidade,   alguns pontos turisticos que nunca fui e muitas muitas outras coisas que não envolvem apenas a única coisa que verdadeiramente senti falta na minha cidade: praia. Enfim, é expandir novos horizontes mesmo com a saudade dos melhores tempos da vida.


sábado, 6 de setembro de 2014

The Final Tour: University of Limerick (III)

Para encerrar essa saga de posts da UL, no primeiro post falei de uma lição valiosa aprendida aqui com o jeito "irish" de se pensar: "life is too short, you better enjoy it" e com isso fui aprendendo uma série de outras coisas que talvez signifique o mesmo para muita gente (ou talvez não) e essa universidade devo dizer (a Irlanda em especial), me ajudou muito a descobrir o que de fato sou e como ir atras do equilíbrio das coisas.

Tá bom Cecília, mas o que você aprendeu? Aprendi primeiramente a olhar ao redor, respirar e sentir a presença de cada lugar que fui... Na UL eu poderia apenas ir estudar e ir para a academia, mas no lugar disso acordava a cada dia, via a ponte do Thomond da minha janela e quando dava ia correr pela trilha ouvindo músicas que combinassem com o local, eu poderia comer miojo todo dia mas não apenas cozinhava de fato (sem nunca ter feito isso praticamente) como passava por todo ritual antes de cozinhar: tomar banho e ir no bom humor para a cozinha, as vezes cozinhava tomando uma taça de vinho (vinho bom que custa tipo 5 euros uma garrafa), ouvia uma boa música enquanto isso e hora e meia fazia coisas novas na cozinha. São coisas simples do dia a dia e que li diversas vezes em sites e naqueles livros que te fazem sentir bem e ter um bom dia, mas que sinceramente não é nem exatamente que meu dia a dia nunca me permitisse isso, mas que não me passava pela cabeça a vontade de fazer e viver isso sem soar natural. Hoje faço como se fosse uma rotina :)

Com isso de olhar ao redor e sentir tudo aquilo ali, que na UL e na Irlanda de forma geral significava absorver todo esse verde e calmaria maravilhosos desse país, aprendi também que ao menos por um ano eu teria condições de amar meus amigos e demonstrar como amo todos eles, e de sentir tudo que a Irlanda proporciona não só para mim, mas para aqueles que me importo também. Como? Com coisas simples do dia a dia, finalmente tinha dinheiro que podia parar em algum lugar, ver algo que lembrasse um amigo e presenteá-lo com algo que só ele soubesse o real significado, independente de data alguma. Da mesma forma que tinha meus rituais de cozinha, adorava fazer isso e do nada aparecer com um prato diferente para os meus amigos ou até mesmo cozinhar com eles. Assim como absorver a cultura local em conjunto e parar no fim da tarde para um chá e conversar, ou ir para o píer e até mesmo correr junto outras vezes. Em resumo, aprendi aqui a ser ainda menos egoísta e fazer tudo o que posso para estar sempre ali presente, até porque afinal, aqui não se tinham anos para ter segundas chances, era um ano para amar sem remorço e ser feliz até o fim, porque depois todos esses amigos queridos estariam a quilômetros de distância. 

E fora da Irlanda? Fora da Irlanda isso não mudou nenhum pouco, nas viagens aprendi que viajar em conjunto é de fato viajar em conjunto, isso não significa claro estar junto 24hrs por dia porque afinal de contas, cada pessoa tem interesses distintos, mas sim que você deve ter uma mente que pensa em conjunto, você deve combinar as coisas, tentar ser pontual e direto com as coisas que te agradam ou não, porque afinal viajar junto significa longos dias de convivência e sinceramente se você não falar o que não te agrada no fim do dia você está se matando com os colegas, não importa nível de amizade que tenha.  Com isso veio outra lição importante: pensar um pouco em você! Me disseram isso várias vezes e quebrei a cara várias vezes também até perceber o que deveria ser feito. Isso é uma das maiores lições de intercâmbio inclusive na minha opinião... Se virar sozinho, seus amigos são uns amores, mas como disse cada um tem preferências e se você não correr atrás das suas você fica para trás... Não estou dizendo para sabotar seus amigos ou fazer tudo sozinho, pelo contrário... Me refiro a viver com seus amigos tudo isso que é maravilhoso, mas ao mesmo tempo ser claro com eles sobre o que você quer primeiro para não dar confusão. Sempre deixar as coisas esclarecidas e ir atrás do que você quer não há mal exatamente algum! Então acordou e achou aquele lugar bacana na viagem para ir? Jogue a ideia para os seus amigos e se não animarem, não fique esperando por isso, diga que vá e combine um lugar de reencontro depois e vá embora sem medo de ser feliz! Nada dá mais prazer do que uns bons ares diferentes e sozinho de vez em quando, te prometo! :-) Independência não significa ter seu próprio dinheiro, despesas e morar sozinho, significa ser digno, respeitoso e claro quanto a seus objetivos a medida do possível. Isso parece ser óbvio mas por incrível que pareça é algo que por mais que seja dita não se aprende de um dia para outro.

Aproveitar que falei de viagem e falar um pouco sobre isso também... Muita gente tem uma sede de viajar e conhecer o mundo, eu tinha evidentemente mas não muito. Viajar é a coisa mais deliciosa no mundo, conhecer novos lugares não é apenas ir no mapa e ver pontos turísticos mais belos do mundo, viajar é primeiramente uma sensação de liberdade sem tamanho! Eu não senti isso assim que cheguei na Irlanda porque para mim mesmo que estivesse viajando era como se fosse a minha casa, mas ao viajar temporariamente para outros países percebi a liberdade que se sente, liberdade em ver novas culturas, rostos com traços diferentes, comidas diferentes, diferentes arquiteturas, diferente tudo, mais uma vez absorver isso aí para si e depois perceber como o país que você vive é maravilhoso!

Vi então que ir a Paris por exemplo era pisar lá e respirar a cultura novamente, não chegar e ver a torre Eiffel e fim, mas perceber a arquitetura dos lugares que era diferente, as pequenas ruas e restaurantes, mas também perceber que as pessoas já não eram tão gentis e sorriam sem motivo aparente algum como na Irlanda, vi que a Alemanha é o exemplo próprio de ter garra para crescer e ir atrás do que de fato quer na vida, percebi a importância de ter orgulho do seu país e prezar os verdadeiros artistas como vi na Áustria, vi na Suiça que tem lugares que não precisam ter nada demais, cidades que não precisam ter um ponto turístico de referência mas que um simples parque ou lago te trará um desejo de retornar ali tão quanto os mais famosos. Suiça inclusive foi um dos lugares que mais aprendi o valor das coisas simples da vida, por mais rica que seja a sociedade desse país a vida ali não era andar de nariz empinado e roupas de marca e sim fazer coisas que te dê paz de espírito. E vi, principalmente, que intercâmbio é aprender mais sobre o próprio Brasil e ver como lindo ele é, parece até bobagem pensar nisso porque se eu fosse comparar todos os países que fui com o Brasil todos eles teriam uma filosofia de vida que na minha opinião tem muitas vantagens do que o Brasil, mas ainda assim, passar um ano com tanta gente dos quatro cantos do Brasil te faz absorver a cultura de fora também, viver e aprender a ser diferente e a ser você mesmo também! Você conhece tanta gente de tantos tipos que todas as inseguranças que tem de si mesmo são bobagem, sabe porque? Porque você encontrou ao menos uma pessoa de outra região que pensa igual ou faz algo tão estúpido quanto as coisas que você faz e ai vem a outra lição: viajar e viver todas as diferenças do mundo te ajuda a te reencontrar e juntar todas as peças do quebra cabeça chamado você! Tudo o que você sente e pensa de repente fica muito mais claro para você mesmo, é o momento que justamente por tá vivendo tanta coisa intensa e diferença de uma só vez, coisas que podem durar 2 dias como simples viagens ou um ano como na Irlanda, mas que de fato te fazem enxergar como você de fato funciona e o que você de fato faz, te ajuda em outras palavras a sair da "bolha", da fantasia ou do seu mundo particular.

Devo dizer inclusive que essa foi uma das lições mais difíceis de serem feitas, é um choque entre o eu antigo eu e o novo e o tão dito equilíbrio nesse sentido fica difícil, mas que após alguns meses você aprende a preservar o que tinha de bom antes e ao mesmo tempo ser alguém de coração aberto, caindo de cabeça nesse mundo que tem tanto a explorar.

Para encerrar (finalmente), o intercâmbio também te ajuda a ser menos bobo também sobre muita coisa, ao mesmo tempo que você aprende a viver mais o que está ao teu redor e a valorizar o que ama nas coisas mais corriqueiras possíveis, saindo um pouco da bolha, ele te ensina a ser menos idiota. Os irlandeses me ajudaram muito a sempre vir com um sorriso aberto e ser educado com todo mundo ao redor, mas isso é obrigação sua e com todo mundo, até com seus amigos. Eu aprendi muito aqui que amar amigos significa fazer o que você pode fazer porque é o mínimo que qualquer ser humano faria por outro, mas de certa forma é cada um no seu lugar, vivendo a sua vida. Você pode estar sempre por perto, mas você não pode depender totalmente de alguém por ser seu amigo e confiar muito nele, essa é a verdade. E isso não te faz a pior pessoa do mundo e muito menos o seu amigo por não te tratar igual, apenas significa que vocês tem visões diferentes, então viva a sua vida e ajude as pessoas queridas para ti quando vê que existe a necessidade disso, esteja sempre ali na "tocaia", mas não fique dependente, fique longe até que é um direito seu, se vierem para ti de volta em algum momento então você é tão querido para essa pessoa quanto ela é para você, e assim vai vivendo a vida, porque se não for assim você vai quebrar a cara eternamente e sem motivo algum, e ainda pensando horrores de pessoas que antigamente você considerou tão querido como sua família.

Bom, essas foram as principais coisas que aprendi no meu intercâmbio, seja gentil, ame todos, seja querido e demonstre que se importa com quem se ama, mas viva a sua vida independente disso e principalmente: abrace a cultura que está vivendo. E aí você me pergunta mas Cecília e no Brasil, o que você vai fazer? Ora, como eu disse passei uma ano vendo como gigante e cultural esse país é também. Então te falar que vou voltar, darei aquele "arroxo" nos amigos que ficaram longe mas que como disse, continuaram sendo queridos com você mesmo cada um na sua toca e vou agora de fato conhecer a minha cidade, contemplar a arquitetura e as cidades estreitas do centro da cidade, as praias, perceber aquela decepção básica também do choque de realidade que é enorme e farei o mesmo em muitas outras partes do Brasil também, com mil registros e enriquecimento cultural que jamais tive antes desse ano. Vou curtir o samba e o frevo, quem sabe até o forró uma vez no ano apenas por diversão, serei pela primeira vez turista do meu próprio país, da minha própria cidade.E claro, estarei sempre aqui narrando e mostrando meus registros de sempre neste blog que não se chama "Leprechaun Sem Fronteiras" a toa, meu coração hoje é até muito mais irlandês do que brasileiro, então uma vez leprechaun sempre leprechaun... E agora nos quatro cantos do mundo que tive noção da dimensão dele e juntarei cada centavo para conhecer cada buraco dele! 

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

The Final Tour: University of Limerick (II)


Dando continuação a série de posts falando da universidade e do que aprendi em um ano na Irlanda (para quem perdeu o primeiro post está aqui). Neste falarei sobre a Universidade em si e que chamarei aqui informalmente de "UL". 
A Universidade é enorme e verde, muito verde! Foi eleita uma das mais verdes da Europa e não é para menos! A Universidade conta com vários caminhos e trilhas que inclusive resulta em crianças com suas bicicletas, patins e afins, cachorro passeando com dono, passeios em família em geral, muita gente correndo fazendo cooper (muitas mesmo!) e por ai vai... A UL é não apenas um lar para estudantes, é point diário para muita gente também nesse sentido.

O Campus assim é grande e concentrado em uma única sede, tendo vários prédios de aula dependendo da área (Sports Science, Engineering Building, etc), mas também tem prédios gerais, onde ocorrem aulas de vários cursos (maioria inclusive), como o Main Building, um prédio enorme que por dentro pode ser fácil fácil confundido com Hogwarts, com alguns corredores tenebrosos, paredes de concreto e o principal: andares descontínuos. Isso significa que tem alguns lugares no prédio que você pode tentar subir para ter acesso ao andar superior e simplesmente não vai ter porque não existe essa conexão e vai acabar se perdendo. Mas ele é até bonitinho e tem uma estátua na frente dele chamado "Brown Thomas", e apesar de parecer meio sinistro pela descrição são apenas alguns trechos dele, outros são bonitos, com quadros na parede e tudo o mais.

Em frente ao main tem a biblioteca que é bem grandinha também e bonita, tem vários andares e é super organizada, não sei como isso acontece mas todos os livros sempre estão de fato na mesma ordem, nem invertidos nem nada, sempre exatamente na mesma ordem. Além disso, no andar "solo" tem uma parte muito legal com coisas antigas e de época, tais como essa aqui

Para o lado da biblioteca também tem uma pedra com o nome "University of Limerick" marcando a entrada "oficial", sabe aquela foto do post anterior que estou sentadinha? Então, essa pedra ai... E atrás ela também tem os seguintes dizeres


Seguindo o caminho oposto ao da pedra (aonde tem a plaquinha na foto), você acabará no Stables.. o pub da universidade que você pode ir tomar aquela Guiness quando der, ou fazer um lanche, almoçar e ir dançar nas sextas a noite com as chamadas TGIF (Thanks God It´s Friday), ou até mesmo um karaoke night nas quartas. O Stables é essa coisa fofa aqui

Junto do Stables tem outro pub chamado Scholars, onde pode-se também ir beber e conversar, mas o Scholars também é usado para encontros de clubs e societies, nas quartas tem noite gaélica (tem uma harpa nessa noite gente, tocando para você) e hora e meia tem coisas diferentes como show de comédia, halloween, noite de anime e até desfile de travesti (morri de rir nesse, foi muito bom).
Continuando a nossa tour e falando um pouco sobre os prédios, quem é de computação além do Main, tem o Engineering e o Schuman, além do próprio prédio de CS. Esse aqui é o Schuman e fica em frente ao main



E o Engineering fica mais ou menos perto


Pelo Engineering tem uma escadinha e um outro prédio chamado Foundation Building, é nele que tem o teatro da universidade e hora e meia vem apresentações famosinhas até (e caras $$$). O prédio é muito bonito internamente tendo várias pinturas nas paredes.


Seja saindo pelas escadinhas do Engineering ou pela saida do Foundation, o caminho é o mesmo... uma fonte e um caminho bonitinho que vai em direção as acomodações da universidade




Seguindo este caminho temos três acomodações: Domroe, Thomond e Cappavilla (nessa ordem). O primeiro ponto é a Domroe, é um pouco mais simples que as outras duas mas externamente até aconchegante





O Thomond foi onde morei por quase o intercâmbio inteiro, ele é marcado por uma ponte grandinha e a melhor vista do campus (cof cof).



Esse prédio ai na primeira foto, exatamente esse, era o que eu morava. Ele é lindo e sinceramente melhor que minha própria casa haha Minha casa tinha 6 quartos individuais e suite, uma sala nada mal também e uma cozinha bem equipada até, tinha tudo que precisávamos para o básico do dia a dia, só se quisesse mais coisas específicas como liquidificador, microondas (alguns vem com microondas ainda), panela para pudim, etc, mas o básico tinha. O quarto é super espaçoso, a cama é de casal e bem confortável e o melhor de tudo na minha opinião é a escrivaninha, é um móvel bem grande que para ter noção do espaço eu usava dois laptops, um caderno e ainda alguns livros para ocupá-la toda. Além dela tinha a própria prateleira de livros e o closet. Uma coisa que me chamou atenção no início foi ver como eles pensaram bem nas necessidades básicas aqui, tem uma luminária bem no topo da cama que você liga e desliga só esticando o seu bracinho, dando assim para ler sem problemas que a luz fica no angulo bem do seu rosto. Também tem a escrivaninha (inha mesmo que é bem pequena) do lado e duas tomadas também do lado. Na escrivaninha também tem uma luminária própria para ficar bem em cima dos livros caso você queira luz só para estudar e se concentrar melhor, além claro da luz principal. Achei isso super bacana, torna as coisas mais confortáveis e bem estruturadas, além de ser bonitinho também, ele é todo bem pintadinho e a parede da cabeceira tem uma cor que varia de quarto em quarto (a minha era laranjinha). O banheiro por outro lado não é bem grande e inclusive dependendo do apartamento ele parece ter um box bem pequeno, mas é bacana, o box é de vidro para facilitar a vida faxinando e um espelho também. Falar em espelho no closet tem um espelho de corpo inteiro maravilhoso! Além disso, a vista do próprio Thomond também não é nada mal... Aqui na Irlanda o céu faz cores bizarramente bonitas quando está nascendo ou se pondo e ter uma visão dessas da sacada da casa ou no próprio quarto alivia a alma em todos os níveis de estresse!



Ok, chega de descrever o Thomond, já entendemos que ele é lindo e um lar para a vida inteira, mas saindo a gente vai em direção ao Cappa, que faz parte da parte mais nova da universidade, toda ela inclusive, não só o cappa. O primeiro ponto é o pavillion, o restaurante bem bonitinho que tem pertencente a sports.

O sunset no Pavillion é bem bonito quase como o da ponte da Thomond, para esse lado também tem a orquestra (que hora e meia fica tocando sem parar o dia todo), o prédio de música (que é um dos mais bonitos na minha opinião) e o prédio de medicina






Ah sim, o Cappa também tem uma ponte grandinha como a do Thomond! Ela é chamada de Living Bridge porque bem... ela oscila bastante! Principalmente se passa muita gente ou bicicleta, mas é super bonita a noite devo admitir!




Como falei da vista da ponte do Thomond, devo dizer que a vista da ponte do Cappa também apresenta um belo sunset que tem um ângulo diferente do da Thomond justo porque é no ângulo oposto (dá pra ver o Thomond inclusive da ponte), então consegue-se pegar mais o sol se pondo de lá.


Falando um pouco sobre o Cappa ele é bem parecido com o Thomond internamente só que com melhorias por ser mais novo. O quarto é praticamente o mesmo, segue o mesmo padrão do que disse, salvo pelo banheiro que dependendo do quarto que pegue é bem mais espaçoso! O aquecedor também é bem mais potente, tanto o do quarto tanto o da cozinha, e conseguiram deixar a cozinha no padrão que já tinha em alguns apartamentos do Thomond, mas não a maioria, o que aumenta o espaço da sala e da cozinha, além da cozinha ter móveis mais novos e bonitos também. Mas esteticamente, seguem o mesmo modelo, achei os dois super bacanas de se viver a seu modo.

Para encerrar o tour, como disse a universidade tem diversas trilhas, no Thomond logo embaixo da ponte tem duas principais: uma que acaba no centro da cidade e outra que vai em direção a UL Arena, a arena de esportes que só de entrar já dá vontade de ir correr, ou de ir para a piscina com o cheiro de cloro que vem quando entra, ou de ir para a academia com equipamentos novos e modernos, além da área externa do campo. Existem diversas atividades na Arena, de lá tem várias camisas e assinaturas de atletas que passaram pela UL e são renomados mundialmente, existem camisas de todos os lados do mundo e um corredor africano inclusive é conhecido por ser da UL. A piscina é a maior de toda a Irlanda e em padrão olímpico e por ser a cidade mais "esportista" da Irlanda, eles oferecem uma grande variedade de atividades, para as fitness existe body pump, spinning, aeróbica, yoga e ainda outras atividades a cada dia da semana e for free em alguns horários. Além claro de tênis, volei, handball, badminton, basket (o time deles também é bem conhecido) e muitos, muitos outros, a lista é enorme e vai até surf, kaiak e band jumping! É, acho que vale a pena passar um tempinho da vida nesse lugar que para mim define a própria cidade de Limerick, eu sinceramente mal saia desse Campus que já me ofereceu tudo que podia oferecer como cidade, foram imensamente prazerosas todas as noites e dias passados aqui e não será fácil dizer adeus. Aos que estão vindo aproveitem esse Campus maravilhoso que acreditem, vai chegar o fim e capaz de não descobrirem tudo que existe nele, tem até uma mini "praia" que apeans vim descobrir no final, uma torre, píer e outras coisas naturais que você só descobre indo nas trilhas ooou, dando uma fuçada no meu Flickr que advinha, enfim tem fotinhas novas! :-) 

The Final Tour: University of Limerick (I)

Após alguns perrengues que todo mundo passa, uma relutância incrível em sair dessa universidade e mil mudanças de acomodação... Chegou o dia de fazer o mais especial de todos os posts para mim: o famoso post da universidade e o que vivi nesse ano maravilhoso aqui.

Então, recaptulando passei o ano na University of Limerick, em uma cidade a 3hrs de Dublin chamada Limerick. Nesta universidade estudei Engenharia de Computação e fiz um estágio no laboratório aqui mesmo, morei a princípio com 4 irlandeses e um brasileiro no apartamento e nos últimos meses apenas com brasileiros. 



Para quem quem quer vir aqui a Universidade é maravilhosa, considerada uma das melhores da Irlanda, ela é enorme, bem estruturada, boa parte dos cursos tem aulas teóricas e práticas e para quem, assim como eu, está vindo para intercâmbio, a universidade "te abraça", existem várias atividades e viagens para conhecer um pouco desse mundo aqui e inclusive, ao menos na Irlanda essa é uma diferença bem grandinha comparada ao Brasil e foi a primeira lição que aprendi no momento que pisei aqui e falei desesperada com a coordenadora do International Office (quem cuida dos estrangeiros), louca para escolher mil módulos e aproveitar o tanto de disciplinas interessantes que só existem aqui. A primeira lição então foi a mais óbvia e clichê de todas: "life is too short, you better enjoy it".

Óbvio, mas porque tão diferente do Brasil? Diferente no sentido da própria Universidade te dar abertura para isso, para viver de fato, aqui mesmo na Irlanda até em cursos pesados eles sempre falam para cursar 5 disciplinas. 5 disciplinas aqui não significa dizer que você passará os 5 dias da semana na universidade, tendo aula todo dia ou muito menos por um turno, eu por exemplo tinha uma aula e outra na terça e na quarta (uma aula na quarta para ser exata), quase não tinha aula na sexta também, o que acontecia era que pelo menos dois dias da semana eram mais puxadinhos. Mas Cecília e o ritmo de estudos? Então, não ter tantas aulas não quer dizer necessariamente que seja mais fácil, algumas disciplinas podem te passar trabalhos ou provas toda semana, relatórios, etc, mas é uma coisa que você pode fazer, assim como ir para todas as aulas sem estresse, assim como no fim do dia ir para a academia ou fazer qualquer outra atividade e hobbie que goste, e claro, sair na sexta para um pub, dançar e beber que ninguém é de ferro. ISSO é vida, vida não é se matar de estudar e muito menos vagabundar totalmente, é ter o equilíbrio entre ambas as coisas, é ter uma alma feliz, pacata em alguns dias mas agitada e responsável. 

Atenção que não que no Brasil não tenha isso, não estou desvalorizando meu país, mas na minha universidade brasileira ao menos eu tenho aulas de manhã, a tarde e as vezes noite e muitas vezes inclusive não dou conta das minhas disciplinas, e ninguém vem para mim e fala para "viver um pouco", essa é a diferença clara aqui de educação, nesse caso a moça apenas virou para mim, disse que apesar de saber que eu poderia pegar até 10 módulos que teria capacidade para isso, mas eu deveria pegar 5, ingressar nos clubes e sociedades que existem na universidade, ir para as próprias festas também promovidas pela universidade e quando desse viajasse por conta própria ou pela própria universidade (e inclusive nesse dia me deu entrada para ir visitar Cork, uma cidade da Irlanda, para checar que eu tinha de fato entendido a lição). E bom, depois dessa e algumas semanas pensando nisso eu de fato aprendi a minha lição, peguei 5 disciplinas que achava mais que demais, me inscrevi na turma de Boxe na universidade (você pode encontrar os clubs e society da UL aqui), tentei badminton para substituir o clube de tênis que não abriu para calouros (embora não tenha gostado do badminton), fui na academia (cof cof, não durou muito cof cof), me inscrevi no clube de fotografia e no de atividades outdoor, um clube super bacana inclusive para quem é de fora e quer conhecer a Irlanda, ele promove uma série de atividades como escalada para diversas montanhas da Irlanda todo fim de semana e por um preço super simbólico. Assim, eis então que fui tocando a vida aplicando essa lição, vivendo um pouco mais do que vivia, tendo hábitos que não tive nunca, viajei para lugares que nunca pensei em viajar, fiz coisas que nunca imaginei fazer e o que me levou a uma série de mudanças e lições pessoais que serão explicadas no próximo post :-)