De energias renovadas, era hora de enfim ver se dona Florence faria um show que iria valer a pena. Primeiramente que o que tinha de paz no dia anterior, o segundo foi o apocalipse! Gente do céu nem no Rock in Rio estava desse jeito, no início foi lindo, várias meninas com flores na cabeça, pessoas na fila colocando as músicas antigas dela para tocar e cantando loucamente, aquela coisa bem fã, não posso negar que ao menos o fan clube polonês dessa mulher de fato é bem fiel a ela. Era uma vibe bem assim
Sim, glitter! É isso mesmo que você tá vendo... A Florence fazia seus antigos shows toda coberta de glitter e os fãs hn... digamos que eles exageravam um pouco!
Porém, ao contrário do que a imagem possa parecer, não foi um dia pacífico e angelical. As meninas simplesmente matariam qualquer pessoa para ficarem o mais próximo possível da Florence, foi impressionante a diferença... Chegamos lá antes dos portões abrirem e foi igual a dar largada em uma corrida, as pessoas sairam andando na fila, correndo como quem não quer mais até chegar no palco, fora que o portão principal abriu mas demoraram duas horas para um portão interno abrir e o clima nesse dia tava tipo Irlanda: chovia para 5 minutos depois ter um sol intenso. Abertos todos os portões, nunca fui tão empurrada em toda a vida, achei que não fosse conseguir passar (minha amiga teve que me puxar), mas ainda assim conseguimos um lugar bem próximo da grade.
O primeiro show era de uma banda que não conhecia chamada Bombay Bicycle Club, mas que já é bem conhecidinha até, acho que conhecia uma ou duas músicas do setlist.
Foi bom e as meninas polonesas dançavam freneticamente e pulavam, talvez seja por isso que são considerados um bom público, mas logo logo começaram a apertar também, não dava para ficar sentado e eu estava começando a me preocupar se sobreviveria até a Florence.
Passou Bombay e outra banda que ai realmente não lembro o nome e nem conhecia, veio Kooks, estava super ansiosa pro show deles! Estavam sumidos há um bom tempo e fiquei super feliz em ver que estavam de volta. Foi um show super gostoso, longo e tocaram uma boa parte das músicas, uma energia incrível e o vocalista era super animado, pulava e andava para um lado e para o outro do palco, descia degraus e ficava pertinho da gente, além de ser um fofo total!
Aqui eu já posso dizer que a qualidade do som desse dia já estava melhor, sem tanto eco e na real com Kooks foi quase imperceptível. Adorei o show deles, foi como ter minha adolescência de volta ao som de Ooh-La, Naive, She Moves in Her Own Way, Junk of The Heart e muitos muitos outros sucessos. É um show dançante e o violão aqui merece um destaque especial assim como o contra-baixo do Kings of Leon e a guitarra, bateria, baixo (ok, parei) do Queens of The Stone Age. E para você que gosta deles também atenção que não só vieram de volta para tocar músicas antigas! Estão de album novo que será lançado oficialmente em Setembro, mas eles já liberaram umas músicas desse novo CD chamado Listen ;)
Acabei Kooks morta e esmagada, eu estava em um degrau na pista que permitia ficar um pouco mais alta, mas quando o show começou esse degrau apenas sumiu e não teve condições mais de voltar! As polonesas te xingam, empurram, só faltam meter a mão! Violentas cara, bem violentas. Porém, para a infelicidade delas, tiveram que abrir uma parte da grade e advinha só? Liberaram espaço e estavamos eu e minha amiga lá penduradas na grade! Agarramos com todas as forças e isso provavelmente foi a salvação para ver a Florence, porque se no Kooks elas empurravam de um jeito que via gente caindo longe (sério, dava quase para fazer um surfing lá), na Florence então seria uma loucura, mas na grade fomos empurradas, ficamos sem poder nos movimentarmos ou respirar direito, minha amiga que estava de fato na grade (eu estava logo atrás dela me apoiando na grade) foi empurrada mais que tudo na vida por mim que não tinha como ir para trás sem ser levada para longe.
Mas ok, chega de drama e briga por espaço e vamos falar de música novamente! A Florence fez um show que só pode ser definido como mágico! Tirou toda e qualquer má impressão que se pode ter no Rock in Rio. Acontece que essa piranha de fato ama os poloneses e não é para menos que escolheu fazer um único show lá. Dias antes do festival ela postou no Facebook que músicas os fãs queriam que ela tocasse e advinhe só? Ela não fez um setlist com as músicas mais pedidas? Sim, ela fez! Ela apenas mudou completamente um setlist que não muda há muito tempo e misturou as músicas mais pedidas dos dois CDs dela. Eu e minha amiga que já conheciamos o tão amado setlist decorado da cabeça aos pés nos espantamos quando percebemos que o show começou diferente, mas isso era apenas o início de tudo... Logo depois ela tocou duas das nossas músicas favoritas: Howl e Blinding. Minha gente, não posso descrever como ficamos na hora que ouvimos a intro das músicas, foi algo surreal e inacreditável, apenas! Ela não tocava essas músicas há muito muito tempo e era apenas impossível de passar pelas nossas cabecinhas que um dia ela tocaria novamente, especificamente um dia que estariamos juntas vendo isso ao vivo. Não só uma das músicas mais raras de serem tocadas gente, duas! Duas! Nossa, tocou a primeira e eu achei que fosse ter um ataque do coração de tanto pular em um lugar fechado (sério, precisava respirar).
Nossa, apenas de lembrar desse fato inexplicável da vida gente do céu, foi um daqueles momentos que você presencia e pensa "já posso morrer feliz agora", momento que só experimentei antes com o show do Roger Waters (e que show!) em Dublin de tanta surrealidade (mas surrealidades incomparáveis obviamente, impossível comparar dois artistas tão diferentes). O resto do show foi basicamente recuperação dessas duas músicas que tocaram logo no início e com pequenos intervalos entre elas. Além disso, foi um show místico como apenas a Florence sabe ser, ela não renovou apenas no setlist foi em tudo! Lembra o glitter que falei no início do post? Então, ela trouxe de volta! Abriu um saquinho e saiu jogando brilho para todos os lados, girando e jogando brilho pro alto, foi nas pontas do palco e fez o mesmo, nossa, foi tanto brilho que minha bolsa (que estava no chão do outro lado da grade) saiu apenas totalmente repleta de brilho, além da minha cara e cabelo. Tive que lavar cabelo no mínimo umas três vezes até sair por completo porque quando saia... Advinha só? Roupas, chapinha, acessórios alheios que pegaram brilho junto com minha bolsa traziam eles de volta!
Minha gente, tenho que dizer... Até Over the Love essa mulher tocou! (e que coisa linda), além de covers que ela também perguntou aos fãs qual era para tocar. Fora a energia mística que ela já tem com tudo isso e seus giros pelo palco e tudo o mais, ela de fato incorpora cantando digamos assim, subiu vestido, mostrou perna, rastejou no palco, olhou diretamente para os fãs várias vezes, o que é consideravelmente difícil (aconteceu muitas poucas vezes com as outras bandas do festival) e... Desceu para os fãs, se apoiou na grade no meio e quase foi levada (mas era apenas charme como sempre, droga), saiu correndo feito louca de um lado para o outro da grade também (minha amiga ainda tocou nela). Enfim loucura após loucura foi o show dessa mulher, apenas épico, mágico e místico absoluto. só como essa cabeleira ruiva sabe ser.
Acabou o show cósmico da Florence e era o fim do festival para mim. Ambos os dias foram muito bons, o show da Florence fica guardado com um gostinho mais que especial na memória por ter sido um show muito diferente do que ela faz normalmente e que tive o prazer de vê-lo com a pessoa que alimentou todo o meu vício por tantos anos e justamente nas músicas que mais foram tocadas repetidamente no youtube por ambas. Foi indescritível a sensação e um dos momentos mais 'best friend forever' e 'the stars, the moon' que se pode ter. Para quem ainda está se perguntando quem diabos é Florence, ela tem músicas muito conhecidas, mas talvez a maior delas seja Dog Days Are Over.
Foram dois dias fantásticos, apesar da surpresa e show completo da ruiva, posso dizer que Kooks, Queens of The Stone Age (particularmente essa aqui que em um palco decente deve ser a maior piração da vida) e Kings of Leon estão com um mega espaço no meu coração também, espero poder ter o prazer de ver todas as bandas novamente. Totalmente valeu o preço caro da passagem, 110 euros (o preço do combo pelo festival e vamos combinar que foi uma pexinxa), brigas, estresse de polonesas e tudo o mais. Uma tristeza foi não poder ter ido para o show do Kasabian, outra banda que também gosto muito e não apenas foi para a Irlanda também como tocou em Limerick! Porém era dia de prova e tristemente não deu para ir. No festival a banda tocou no dia seguinte junto com David Guetta (?) e outras bandas, mas era uma segunda e a gente tem que trabalhar né? Para finalizar gostou do festival? Curte as bandas que falei ou ficou interessado em saber mais? Fiz essa playlist com base nos setlist e quem quiser pode dar uma checada ;)
0 comentários:
Postar um comentário